O médico Daniel Ponte está sendo caçado pelos companheiros do agora presidiário Álvaro Lins que querem vingança a qualquer custo. Sem proteção de qualquer natureza, ontem Daniel Ponte foi ontem a Polícia Federal e informou que até na Universidade Estácio de Sá está sendo procurado por homens estranhos a instituição. O fato foi confirmado por alunos da universidade e pelo coordenador de curso. A vida de Daniel Ponte está por conta exclusivamente de DEUS NO RIO DE JANEIRO.
O fato pior é que o governo federal e leia-se aí presidente Lula e seu ministério tem conhecimento dos fatos e nada fazem. A mídia vem publicando toda a história de Daniel Ponte e o governo não assume qualquer responsabilidade.
Reconhecido internacionalmente na atuação em defesa dos Direitos Humanos, Daniel Ponte teve a coragem de denunciar a situação do Instituto Médico Legal no Rio de Janeiro e não se calou nem aceitou os favores da máfia carioca. Disse não, denunciou, fotografou, testemunhou. Foi para que? Para perder direito a sua vida?
Que país é este onde os defensores de Direitos Humanos são entregues a própria sorte?
Daniel Ponte não é policial. É médico legista e não policial como querem estabelecer.
Ele denunciou um crime grave.
Sérgio Cabral deveria apurar, defender, cuidar. Nada faz. Silencia. E quem cala é porque é conivente. Sérgio Cabral deveria mostrar como está o Instituto Médico Legal agora. Deveria apoiar o médico legista Daniel Ponte.
Mas estamos em um governo estranho. Quando elegemos Lula pensamos que teríamos um governo comprometido com os direitos humanos e com a Constituição.
E o que temos? A indiferença, a estupidez, a falta de respeito mais absoluta aos defensores, entre os quais me incluo.
De que adianta tantos países elogiarem o desempenho de Daniel Ponte? De que adianta certificados internacionais se o governo e o Estado brasileiro não estão sendo nem mesmo coerentes?
Se Daniel Ponte morrer a culpa não será tão somente da gang de Álvaro Lins. Será do Estado brasileiro.
Aguardamos uma ação concreta da nossa Polícia Federal pois juntamente com o Ministério Público poderá realizar alguma ação urgente e imediata.
Do contrário terão apenas mais um corpo de um defensor de direitos humanos para entregar a sociedade.
Vera Mattos
Jornalista
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/08/427171.shtml
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